VALOR DA PRECE (“Evangelho Segundo o
Espiritismo” cap.XXVII).
“E quando orardes, não imiteis os hipócritas
que costumam se exibir, orando em pé nas sinagogas, e nos cantos das ruas, para
serem vistos dos homens; em verdade, vos digo que eles já receberam a sua
recompensa. Mas, quando orardes, entrai no vosso quarto e, fechada a porta,
orai a vosso Pai em secreto, vos recompensara. E quando orardes não faleis
muito, como fazem os gentios, que pensam que é pelo muito falar que serão ouvidos.
Não vos torneis, pois, semelhantes a eles; porque vosso Pai sabe que vos é necessário,
antes mesmo que lho peçais”. ( Mateus, VI 5 a 8 ) .
“Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes,
orando, crede que o haveis de obter, e ser-vos a dado. Mas, quando vos puserdes
em oração , se tiverdes alguma cousa contra alguém , perdoai-lha; para que também
vosso Pai, que esta nos céus, vos perdoe os vossos pecados. Pois, se vós não
perdoardes, também vosso Pai, que esta nos céus, não vos perdoara os vossos
pecados”.(Marcos, XI ; 24 a 26 ).
“E
propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si como se fossem ao
templo para orar; um era fariseu, o outro, publicano. O fariseu, posto em pé,
orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os
demais homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo
duas vezes na semana e pago o dizimo de tudo o que possuo. O publicano, porém,
mantendo-se a distancia, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas
batia no seu peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, pecador. Digo-vos que
este voltou justificado para sua casa, e não o outro; porque todo o que se
exalta será humilhado, e todo o que se humilha será exaltado”. ( Lucas, XVIII;
9 a 14 ).
As
qualidades da prece foram, assim, distintamente definidas pó Jesus quando nos
recomendou que ao orar não procurássemos exibir-nos, mas que o fizéssemos sem
afectação , em segredo, com simplicidade e sem muitas palavras, porque não será
pelo muito falar que seremos a prece. Se tivermos algum ressentimento contra alguém
, devemos perdoa-lo antes de orar, porque somente será agradável a Deus a prece
dita com fé, com fervor e sinceridade, plena de caridade para com o próximo. Na
prece devemos tomar uma atitude humilde, como a do publicano e não orgulhosa,
como a do fariseu.
Muitos
contestam a eficácia da prece sob a alegação de que, conhecendo Deus as nossas
necessidades, será superfulo que lhas exponhamos, acrescentando ainda que as
nossas suplicas não podem modificar os designos de Deus, já que todo o Universo
se encadeia por leis eternas e imutáveis. Compreendemos e concordamos que as
leis eternas e imutáveis. Compreendemos e concordamos que as leis de Deus são eternas
e sabias e devem ser cumpridas, porem, nem todas as circunstancias de nossa
vida estão submetidas a fatalidade. Somos
senhores de um livre arbítrio relativo para dele fazermos uso e tomarmos
iniciativa e, se Deus nos deu raciocínio e inteligência foi para que deles nos servíssemos,
assim como da vontade para querermos e da atividade para agirmos. De nossa
iniciativa se originam acontecimentos que
escapam forçosamente a fatalidade e que nem por isso destroem a harmonia
das leis universais, e assim, Deus pode aceder a certos pedidos sem infirmar a
imutabilidade das leis que regem o conjunto, dependendo sempre isso do
assentimento de sua vontade. Seria ilógico também concluir que basta pedir para
obtermos tudo o que quisermos. Invariavelmente obteremos resposta para as
nossas suplicas, porem, a concessão nem sempre vem de acordo com os nossos
desejos, ou melhor, a imperfeita compreensão que temos das nossas verdadeiras
necessidades, nos leva a concluir erradamente sobre a não satisfação dos nossos pedidos.
“A
prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; ;e aproximar-se dele; é
por-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da
prece: louvar pedir e agradecer” (Livro dos Espíritos, perg 659).
Devemos
orar no começo e no fim e cada sessão; no começo, para elevarmos nossas almas e
atrair os espíritos esclarecidos e bons, e no fim, para agradecer os benefícios
e ensinos que houvermos recebido.
Seja
a nossa prece curta, humilde e fervorosa, muito mais um transporte do nosso coração
do que deve ser uma recitação , mas um ato de vontade capaz de atrair as boas vibrações
do plano espiritual e as irradiações do Divino Foco.
A
prece deve ser improvisada, de preferência, porque assim a preocupação do que
estamos dizendo mais depressa prende a nossa atenção e favorece o nosso desprendimento.
Deve ser curta. Não é a quantidade de palavras que representa o verdadeiro
sentimento da criatura.
“A
prece deve ser cultivada, não para que sejam revogadas as disposições da lei
divina, mas a fim de que a coragem e a paciência inundem o coração de fortaleza
nas lutas ásperas, porem necessárias. A alma em se voltando para Deus, não deve
ter em mente senão a humildade sincera na aceitação de sua vontade superior”,
(Emmanuel”, pag. 19).
Oração
Dominical- De todas as preces, o “Pai Nosso”, ou oração Dominical, é a que por
consenso comum ocupa o primeiro lugar, quer porque foi ensinada pelo próprio Mestre
ou porque a todas pode substituir, conforme o pensamento que lhe atribui. É o
mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra prima de sublimidade em sua
simplicidade. Apesar de breve, resume nas suas sete proposições todos os
deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo; é uma profissão
de fé, um ato de adoração e de submissão, o pedido de coisas necessárias a vida
e o principio da caridade.
“Pai
nosso que estas nos céus; santificado seja o teu nome. Venha a nós o teu reino.
Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céus. O pão nosso de cada dia,
da-nos hoje. E perdoa-nos as nossas dividas, assim como também perdoamos aos
nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação. Mas livra-nos do mal. Amém”.
( Mateus, VI 9 a 13).
Do livro
Escola de Médiuns
Templocabocloaruana@gmail.com
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