sábado, 16 de fevereiro de 2013

VALOR DA PRECE



  VALOR DA PRECE (“Evangelho Segundo o Espiritismo” cap.XXVII).

     “E quando orardes, não imiteis os hipócritas que costumam se exibir, orando em pé nas sinagogas, e nos cantos das ruas, para serem vistos dos homens; em verdade, vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Mas, quando orardes, entrai no vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto, vos recompensara. E quando orardes não faleis muito, como fazem os gentios, que pensam que é pelo muito falar que serão ouvidos. Não vos torneis, pois, semelhantes a eles; porque vosso Pai sabe que vos é necessário, antes mesmo que lho peçais”. ( Mateus, VI 5 a 8 ) .
       “Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes, orando, crede que o haveis de obter, e ser-vos a dado. Mas, quando vos puserdes em oração , se tiverdes alguma cousa contra alguém , perdoai-lha; para que também vosso Pai, que esta nos céus, vos perdoe os vossos pecados. Pois, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que esta nos céus, não vos perdoara os vossos pecados”.(Marcos, XI ; 24 a 26 ).
“E propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si como se fossem ao templo para orar; um era fariseu, o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes na semana e pago o dizimo de tudo o que possuo. O publicano, porém, mantendo-se a distancia, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no seu peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, pecador. Digo-vos que este voltou justificado para sua casa, e não o outro; porque todo o que se exalta será humilhado, e todo o que se humilha será exaltado”. ( Lucas, XVIII; 9 a 14 ).
        As qualidades da prece foram, assim, distintamente definidas pó Jesus quando nos recomendou que ao orar não procurássemos exibir-nos, mas que o fizéssemos sem afectação , em segredo, com simplicidade e sem muitas palavras, porque não será pelo muito falar que seremos a prece. Se tivermos algum ressentimento contra alguém , devemos perdoa-lo antes de orar, porque somente será agradável a Deus a prece dita com fé, com fervor e sinceridade, plena de caridade para com o próximo. Na prece devemos tomar uma atitude humilde, como a do publicano e não orgulhosa, como a do fariseu.
        Muitos contestam a eficácia da prece sob a alegação de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, será superfulo que lhas exponhamos, acrescentando ainda que as nossas suplicas não podem modificar os designos de Deus, já que todo o Universo se encadeia por leis eternas e imutáveis. Compreendemos e concordamos que as leis eternas e imutáveis. Compreendemos e concordamos que as leis de Deus são eternas e sabias e devem ser cumpridas, porem, nem todas as circunstancias de nossa vida estão  submetidas a fatalidade. Somos senhores de um livre arbítrio relativo para dele fazermos uso e tomarmos iniciativa e, se Deus nos deu raciocínio e inteligência foi para que deles nos servíssemos, assim como da vontade para querermos e da atividade para agirmos. De nossa iniciativa se originam acontecimentos que  escapam forçosamente a fatalidade e que nem por isso destroem a harmonia das leis universais, e assim, Deus pode aceder a certos pedidos sem infirmar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, dependendo sempre isso do assentimento de sua vontade. Seria ilógico também concluir que basta pedir para obtermos tudo o que quisermos. Invariavelmente obteremos resposta para as nossas suplicas, porem, a concessão nem sempre vem de acordo com os nossos desejos, ou melhor, a imperfeita compreensão que temos das nossas verdadeiras necessidades, nos leva a concluir erradamente sobre a não satisfação  dos nossos pedidos.
            “A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; ;e aproximar-se dele; é por-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar pedir e agradecer” (Livro dos Espíritos, perg 659).
Devemos orar no começo e no fim e cada sessão; no começo, para elevarmos nossas almas e atrair os espíritos esclarecidos e bons, e no fim, para agradecer os benefícios e ensinos que houvermos recebido.
Seja a nossa prece curta, humilde e fervorosa, muito mais um transporte do nosso coração do que deve ser uma recitação , mas um ato de vontade capaz de atrair as boas vibrações do plano espiritual e as irradiações do Divino Foco.
A prece deve ser improvisada, de preferência, porque assim a preocupação do que estamos dizendo mais depressa prende a nossa atenção e favorece o nosso desprendimento. Deve ser curta. Não é a quantidade de palavras que representa o verdadeiro sentimento da criatura.
          “A prece deve ser cultivada, não para que sejam revogadas as disposições da lei divina, mas a fim de que a coragem e a paciência inundem o coração de fortaleza nas lutas ásperas, porem necessárias. A alma em se voltando para Deus, não deve ter em mente senão a humildade sincera na aceitação de sua vontade superior”, (Emmanuel”, pag. 19).
Oração Dominical- De todas as preces, o “Pai Nosso”, ou oração Dominical, é a que por consenso comum ocupa o primeiro lugar, quer porque foi ensinada pelo próprio Mestre ou porque a todas pode substituir, conforme o pensamento que lhe atribui. É o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra prima de sublimidade em sua simplicidade. Apesar de breve, resume nas suas sete proposições todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo; é uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão, o pedido de coisas necessárias a vida e o principio da caridade.

              “Pai nosso que estas nos céus; santificado seja o teu nome. Venha a nós o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céus. O pão nosso de cada dia, da-nos hoje. E perdoa-nos as nossas dividas, assim como também perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação. Mas livra-nos do mal. Amém”. ( Mateus, VI 9 a 13).   



Do livro
Escola de Médiuns


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