quinta-feira, 17 de maio de 2012

Conquistar não é conquistar-se

Muitos conquistam o ouro da terra e adquirem a miséria espiritual.
Muitos conquistam a beleza corpórea e acabam no envelhecimento da alma.
Muitos conquistam o poder humano e perdem a paz de si mesmos.
Necessário que o espirito se acrisole na experiência e na luta, valendo-se
delas para modelar o caráter, senhoreando a própria vida.
Para possuirmos algo com acerto e segurança,é indispensável não sejamos
possuídos pelas forças deprimentes que nos inclinam sentimento e raciocínio
aos desequilíbrios da sombra.
Indubitavelmente, todos podemos usufruir os patrimônios terrestres, nesse
ou naquele setor do cotidiano, mas é preciso caminhar com sabedoria para que
o abuso não nos infelicite a existência.
É por isso que sofrimento e dificuldade, obstáculo e provação constituem para
nós preciosos recursos de superação e engrandecimento.
Todos os valores externos concedidos a personalidade, em trânsito no mundo,
são posses precárias que a enfermidade e a morte arrancam de improviso, mas
todos os valores que entesouramos no próprio ser representam posses eternas 
que brilharão conosco, aqui e além, hoje e amanhã...
Na esfera espiritual, cada criatura é aproveitada na posição em que se coloca e
somente aqueles que conquistaram a si mesmos, nos reiterados labores da
educação, através do suor ou da lágrima, do trabalho ou da renuncia, são capazes
de cooperar na extensão do amor e da luz, cujo crescimento na terra exige, 
invariavelmente, o coração e o cérebro, as ações e as atitudes daqueles que
aprenderam na lei do próprio sacrifício a conquista da vida imperecível.
Reflete naquilo que te falam, antes de te entregares psicologicamente ao que te
diga...

Da obra: Irmão
Francisco Cândido Xavier

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