Mãe Iemanjá representa a manifestação das qualidades Geradora e Criativa do Divino Criador. É o Orixá Universal que irradia continuamente as Qualidades geradoras da vida e da criatividade, abençoando todos os seres de forma natural, sem forçar ninguém. E sempre ampara aqueles que pedem e buscam essas bençãos. Ela irradia o tempo todo seu fator Gerador e Criacionista, que estimula a geração e a criatividade das pessoas, trazendo oportunidades de crescimento etc. Nos mitos da Criação do Universo, Ela é a representação do Princípio Feminino, é "o aspecto Mãe" do Criador. É conhecida como a "Mãe de todos Orixás" porque está na origem de todas as coisas. O principal elemento de Iemanjá é a água, o elemento das emoções. O Mar é regido por Ela; e a Ciência estuda que a origem da vida está nas águas. O Mar representa todas as águas, já que todas as águas correm para o Mar. E o Mar "lava" os nossos problemas e mágoas e renova a nossa vontade de viver, justamente porque a sua energia é uma Emanação da Mãe da vida. Assim, podemos pedir a Iemanjá que nos ajude a lidar com as nossas emoções e a equilibra-las. A Regência de Iemanjá vai muito além da geração através do sexo, pois representa Geração da Vida no sentido mais amplo: a geração dos seres, das criaturas e das espécies; e a doação da criatividade que permite aos seres, encontrarem seus "pares", unindo-se a eles para se multiplicarem e conseguirem melhores resultados nas suas vidas. Esses "pares" são as Energias emanadas por Oxum, que podemos atrair para nos ajudar a desenvolver nossos potenciais; e também podem surgir como pessoas, companheiros, parceiros de caminhada, grupos de estudos e atividades etc. Tudo isso está contido no Mistério Maternal de Iemanjá, que nos dá equilíbrio emocional e energético, gerando novos caminhos e oportunidades em nossas vidas. Desse modo, podemos pedir a Mãe Iemanjá a bênção da criatividade sempre que formos iniciar algum projeto novo e quando precisamos encontrar novas fórmulas de viver e novos caminhos (de trabalho, de fazer as coisas, de encarar os desafios da vida). Associada ao movimento das águas e a fertilidade, Iemanjá é dona de grande poder de sedução e capaz de encantar os marinheiros e arrastá-los para o seu palácio submerso, de onde nunca mais retornam...Podemos entender isso como a necessidade que o ser humano tem de manter o equilibradas, sempre de difícil retorno... Suas águas salgadas simbolizam as lágrimas de uma Mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastando de seu abrigo, tomando rumos independentes. Além de protetora da vida marinha, Iemanjá é principalmente a protetora da harmonia familiar, do lar, do casamento e do nascimento, é a sua força que ampara o momento do nascimento de um bebê. A Regência de Iemanjá em nossas vidas se manifesta na necessidade de sabermos se aqueles que amamos estão bem e protegidos; é a preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em relação aqueles que nos são queridos. É Ela quem nos dá um sentido de união, de grupo, transformando a convivência num ato familiar, criando dependências e raízes, proporcionando sentimentos de irmão, de pai para filho, com ou sem laços consanguíneos. É uma energia sagrada que nos integra no Trono da Criação de forma amorosa e maternal. Seu ponto de força é a praia ou o Mar, onde recebe flores, perfumes, espumantes, leite. Sua cor é azul claro. Seu fator é criacionista , sua saudação é Odoyá (Mãe da Vida) ou Odociabá ( Mãe das Águas).
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Omulú é o Orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual (desencarne). É com tristeza que temos visto o termo dos irmãos Umbandistas quando é mencionado o nome do nosso amado Pai Omulú. E no entanto descobrimos que este medo é um dos frutos amargos que nos foram legados pelos ancestrais semeadores dos Orixás em solo Brasileiro, pois difundiram só os dois extremos do mais caridoso dos Orixás , já que Omulú é o guardião divino dos espíritos caídos. O Orixá Omulu guarda para Olorum todos os espíritos que fraquejam durante sua jornada carnal e entregam-se a vivenciação de seus vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que também não pune ou castiga. Ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. E se alguém semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete domínios negativos, todos regidos pelos Orixás cósmicos, que são magneticamente negativos. E Tatá Omulú é um desses guardiões divinos que consagrou a si e a sua existência, enquanto divindade, ao amparo dos espíritos caídos perante as leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida... Esta qualidade divina do nosso amado Pai foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que definiram no decorrer dos séculos foi que Tatá Omulú é um dos Orixás mais "perigosos" de se lidar, ou um dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como implacável nas suas punições. Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de Umbanda, forma um par energético , magnético e vibratório com nossa amada Mãe Iemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os princípios que dão sustentação as manifestações da vida. Em Tatá Omulú descobre-se o amor de Olorum, pois é por puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos caídos. E foi por amor a nós que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre que começássemos a entender contra os princípios da vida. Enquanto a nossa Mãe Iemanjá estimula em nós a geração, o nosso Pai Omulú nos paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores. Mas esta " geração" não se restringe só a hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta, de fundo sexual. Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, inventos, doutrinas, religiosidade, anseios, desejos, angústias, depressões, fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc. Temos a capacidade de gerar muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustentados pela irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de "Linha da Geração" ou "Sétima linha de Umbanda", então estamos sob a irradiação da divina Mãe Iemanjá, que nos estimula. Mas, se em nossas "gerações", atentarmos contra os princípios da vida codificados como os únicos responsáveis pela sua multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do divino Pai Omulú, que nos paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender de nós mesmos, já que sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém, antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-nos em um de seus sombrios domínios. Ele é o curador divino pois acolhe em seus domínios todos os espíritos que se feriram quando, por egoismo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor, ele nos dá seu amparo divino até que sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado para retomarmos ao caminho reto trilhado por todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses. Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós mesmos, através de nossa sexualidade seja nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá Omulú, em seu pólo positivo, é o curador divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele atuará em nosso corpo energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto poderá curar-nos quanto conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e receitaria medicação correta. O Orixá Omulú atua em todos os seres humanos, independente de qual seja a sua religião. Mas esta atuação geral e planetária processa-se através de uma faixa vibratória e exclusiva, pois é através dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que nominamos de "Mistério da Morte". Tatá Omulú, enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata que une o espirito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o outro. Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz negro, empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou estilizada de se descrever a força divina que ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da vida na carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quanto a morte é natural e fulminante, como pode ir se condensando em torno dele, envolve-lo todo até alcançar o espírito, que já entrou em desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a ceitar seu desencarne de forma passiva. O Orixá Omulú atua em todas as religiões e em algumas é nominado de "Anjo da Morte" e em outras de divindade ou "Senhor dos Mortos". No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo seu culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos "anjo" e "arcanjo" para designar as divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido do "Anjo da Morte", todo coberto de preto e portanto o alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do Orixá ou divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres. Seu elemento é terra, sua cor é o roxo ou branco/preto/vermelho, seu ponto de força é o cemitério, onde recebe pipoca, sal grosso, palha da costa, mel vinho licoroso. Seu fator é paralisador e sua saudação é Atotô Omulú (Silencio ao Senhor da Terra).
Estudo realizado por: Pai Sérgio
Dúvidas entrem em contato :templocabocloaruana@gmail.com
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